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Pedalar na gravidez

Atualizado: 17 de ago. de 2023

São cada vez mais as pessoas que utilizam a bicicleta como meio de deslocação e de viagem no nosso país. Sendo que as senhoras têm assumido, também elas, um papel relevante na mudança de paradigma no que diz respeito à mobilidade, 5 mães partilham a sua experiência, na relação com a bicicleta durante a gravidez.


Pedalar na gravidez.


São cada vez mais as senhoras que, depois de descobrirem que estão grávidas, continuam nas suas pedaladas (quase) como se nada fosse.

Contudo são ainda muitas as dúvidas para quem se vê nesta situação pela primeira vez, juntando-se a pressão social onde predomina a ideia de que uma grávida tem de reduzir a actividade física ao mínimo indispensável, ou mesmo ficar em repouso absoluto.


Diversos estudos e artigos publicados defendem que, salvo nos casos em que a gravidez é considerada de risco pelo médico obstetra ou no caso de um histórico clínico de grande dificuldade em engravidar, a verdade é que pedalar é um excelente exercício para fortalecimento de toda a zona pélvica, pernas e abdominal, para além de ser uma excelente actividade lúdica e de ar livre, contribuindo decisivamente para o bem estar físico e emocional da gestante.


Comecemos pelo testemunho de Ana Sousa Pereira, uma das mais reconhecidas vozes nacionais no activismo pela mobilidade ciclável e co-fundadora da Cenas a Pedal.


"Felizmente que não liguei ao que a médica do centro de saúde dizia, por ela tinha deixado de andar de bicicleta mal soube que estava gravida"

Ana foi mãe há cerca de 1 ano e utiliza a bicicleta há mais de 15 como meio de deslocação em Lisboa, cidade onde reside e trabalha. Pedalou até ao dia do parto. “Felizmente que não liguei ao que a médica do centro de saúde dizia, por ela tinha deixado de andar de bicicleta mal soube que estava gravida”.


Ana Sousa Pereira a transportar o filho num "ovo" dentro do compartimento de carga da bicicleta.


Aos 38 anos, e durante esta que foi a sua 2ª gravidez - a 1ª foi uma gravidez não evolutiva, interrompida por volta das 8 semanas - Ana foi sempre de bicicleta a todas as consultas de obstetrícia, num percurso com cerca de 5 km entre a casa e a maternidade. "Só nas ultimas 2 semanas de gravidez é que comecei a utilizar a bicicleta com assistência eléctrica. Um pouco por preguiça e também pelo meu peso extra", confessa.


Durante a gravidez não fez grades mudanças na sua forma de pedalar pela cidade e já só depois do parto é que passou a evitar as estradas de calçada antiga por causa da vibração, procurando vias com reduzido tráfego por forma a reduzir a sua exposição e a do bebé à poluição emitida pelos escapes dos automóveis.


Dada a sue elevada experiência na utilização da bicicleta como meio de deslocação, o risco de quedas não lhe apoquentava a mente, tendo sido o calor do Verão a única razão pela qual pedalava mais devagar que o usual, por forma a reduzir o esforço gasto em cada pedalada.


"Durante a gravidez caminhar é mais difícil do que andar de bicicleta"

Algumas semanas após a saída da maternidade, retomou as deslocações em bicicleta, num modelo de carga frontal onde transporta o filho dentro de um "ovo" de segurança, em tudo semelhante aos utilizados para transportar as crianças no automóvel.


Este tipo de bicicleta - designada de bakfiets ou bicicleta de carga - é mais longa e possui uma caixa frontal multifunções, adaptada para o transporte de volumes de carga sendo até possível colocar um selim para transporte de uma criança, protegendo-a da chuva e do vento.


A bakfiets da Ana Sousa Pereira, com o Noah lá dentro


Salienta ainda que não sentiu qualquer pressão social para parar de andar de bicicleta durante a gravidez. "As pessoas estão tão habituadas a ver-me de bicicleta, que não houve qualquer tipo de comentários, mesmo quando a barriga já estava grande".


Da sua experiência realça que a bicicleta a ajudou a fazer exercício físico sem sentir o peso da barriga, dando-lhe muito mais liberdade de movimentos. "Durante a gravidez caminhar é mais difícil do que andar de bicicleta e os momentos a pedalar eram os únicos em que não sentia a condição de grávida" referindo-se ao peso extra e às constantes mudanças na postura corporal.


O Noah nasceu de cesariana, no final do tempo de gestação, de perfeita saúde.

* Fotos cedidas por Ana Sousa Pereira.


 

Uma publicação regular do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido aconselha a actividade física moderada durante a gravidez, incluindo a utilização da bicicleta.

 

Sandra Costa, 45 anos, atleta federada e praticante de XCO - uma espécie de BTT mas de elevada dureza técnica e física - diz: “Eu pedalei até ao momento em que deixei de conseguir encaixar a barriga entre o selim e o guiador”.


Sandra Costa, com 4 meses de gravidez.


"O médico obstetra (...) colocou do meu lado a opção de continuar ou não a pedalar. E continuei"

Grávida pela 3ª vez aos 40 anos, Sandra continuou a pedalar em modo desportivo, com os devidos cuidados na escolha de pavimentos mais regulares. “Com quase 8 meses de barriga anda praticava BTT por estradões e caminhos em que já conhecia bem os buracos”


Sandra Costa, grávida de 6 meses e meio.


Nem os dois anteriores partos de cesariana a fizeram recear continuar as pedaladas depois de saber que estava grávida. Naturalmente de forma mais moderada para reduzir a probabilidade de quedas. E apenas 2 meses após o parto já andava de novo em cima da bicicleta.


A sua gravidez, considerada de risco por ela própria ser asmática (entre outros problemas), era no entanto considerada normal do ponto de vista da gestação. "Apesar dos meus problemas de saúde, o médico obstetra diz que eu sou uma autêntica incubadora humana, dadas as características naturais perfeitas que ofereço para desenvolvimento do feto, pelo que ele colocou do meu lado a opção de continuar ou não a pedalar. E continuei", diz-nos com um sorriso.


Sandra Costa, a amamentar o filho de 3 meses durante uma prova de BTT.


Quanto ao risco de quedas diz-nos que quem pratica XCO está habituada a pedalar de uma forma em que a probabilidade de cair é maior do que a de não cair. "Dei uma pequena queda durante a gravidez, enquanto pedalava calmamente na ciclovia de Belém, em Lisboa. "Um corredor veio contra mim e desequilibrou-me. Fiz o que costumo fazer nestas situações: enrolei-me e sem consequências aterrei no chão. Nunca mais pedalei em ciclovias durante a gravidez. São mais perigosas que os caminhos de montanha", diz-nos enquanto comenta que há tantas pessoas a caminhar e a correr nesta ciclovia que a torna perigosa para pedalar.


O seu terceiro filho nasceu saudável, também de cesariana.

* Fotos cedidas por Sandra Costa


 

Para além de consultar o seu médico obstetra, é importante dar ouvidos ao seu corpo, conhecer as suas capacidades, forma física e prática a andar de bicicleta. A People For Bikes, uma O.N.G. norte-americana, descreve 10 dicas para pedalar em segurança e conforto durante a gravidez.

 

Liliana Ferreira vive em Ovar, tem 35 anos e vai na segunda gravidez. Conta como, no início de Julho, não abdicou das suas tradicionais férias a pedalar com a família e amigos pela Rede Nacional de Cicloturismo.


Liliana Ferreira grávida de 8 meses, num passeio com o filho de 4 anos.


Na altura, grávida de 6 meses e meio, pedalou durante uns dias no Alto Minho. Sem qualquer problema durante a primeira gravidez, há 4 anos, sente-se com uma condição física de grávida que lhe dá confiança para pedalar em modo slow travel.


"A vibração (...) obriga a ir com mais frequência à casa de banho. Ou atrás de uma árvore, que na natureza nem sempre há wc próximo"

"São maioritariamente estradas com reduzido tráfego automóvel e estradões agrícolas, em bom estado para rolar. Pedalámos sempre de manhã, a um ritmo lento, com bastantes paragens e sem grande esforço físico. Não me senti demasiado cansada, nas subidas longas parava sempre que sentia a batida cardíaca um pouco mais acelerada e o bom estado da generalidade dos percursos aliada à baixa velocidade fazia-me sentir segura de que o risco de queda é praticamente o mesmo do de andar a pé”.


Liliana Ferreira, grávida de 6 meses e meio, durante as férias em bicicleta no Alto Minho.


Ainda assim, diz que nem tudo são rosas. “A descer a Ecovia do Rio Vez, os caminhos têm muitas raízes de árvores e apanhamos alguma calçada bem antiga. A vibração provoca-me uma elevada pressão na bexiga, o que me obriga a ir com mais frequência à casa de banho. Ou atrás de uma árvore, que na natureza nem sempre há wc próximo”, diz-nos esta cabeleireira de profissão.


Por mera precaução, depois desta viagem de 5 dias a pedalar, foi fazer uma ecografia. Resultado: "O José já tinha dado a volta e estava encaixado, prontinho a sair".


Liliana Ferreira, grávida de 6 meses do primeiro filho.


O José nasceu no início de Setembro com 3.280 kg, de parto natural, saudável.


Sofia Caldeira Martins, 3ª gravidez aos 43 anos, adjunta do vereador da mobilidade na Câmara Municipal de Lisboa.


Apesar de ter sido considerada gravidez de risco - não por problemas com o feto mas dada a sua idade - Sofia pedalou para o trabalho até aos 5 meses de gestação. "Deixei de pedalar todos os dias não por opção própria, mas porque começava a deixar o meu marido preocupado e logo a seguir teve início o confinamento imposto pelo governo, o que fez com que ficasse em casa em trabalho remoto. Mas continuei a usar a bicicleta até aos 8 meses de gravidez, em pequenos passeios nas proximidades de casa".


"O que me custava mais era o empedrado e os buracos no pavimento"

Os cerca de 6 km que separam a sua casa, no planalto central da cidade, dos Paços do Concelho não a assustavam. Não se incomoda sequer em ir no meio do trânsito e até nem tem grandes razões de queixas dos condutores. Do percurso, diz:O que me custava mais era o empedrado e os buracos no pavimento. Tornam-se mais desconfortáveis, o que nem sempre é fácil para quem, como eu, tem barrigas gigantes durante a gravidez".


Sofia Caldeira Martins, grávida de 8 meses.

Na Câmara Municipal de Lisboa trabalha ao lado de nomes bem sonantes na área da mobilidade ciclável no nosso país: Bernardo Campos Pereira, João Camolas, Filipa Bernardino, Miguel Barroso e Pedro Machado.


Adepta da mobilidade ciclável, desde pequena que anda de bicicleta e nem mesmo ter sido atropelada aos 16 anos por um automobilista, com consequências graves, a demoveu de continuar a pedalar.

Já na universidade, a escolha da cidade para fazer o programa de intercâmbio de estudantes recaiu em grande parte num aspecto: tinha de ser uma cidade onde se andasse muito de bicicleta. Escolheu Copenhaga, onde acabaria por ficar mais um semestre e ainda trabalhar durante 1 ano.


"Na Câmara tenho lugar de garagem para o meu carro e até motorista em exclusivo, mas que não utilizo."

De volta a terras lusas, recorda-se da dificuldade que teve em 2003 para arranjar cadeirinhas de bebé para o primeiro filho, pois já utilizava a bicicleta para passeios regulares. Para o segundo filho, em 2006, comprou o primeiro atrelado.

Em 2016 passou a utilizar definitivamente a bicicleta como meio de deslocação diária na capital. Os primeiros 2 filhos, agora com 14 e 18 anos, já vão todos os dias de bicicleta para a escola.


"Na Câmara tenho lugar de garagem para o meu carro e até um motorista em exclusivo, mas que não utilizo. Prefiro deixá-lo disponível para outros serviços, onde realmente seja indispensável", diz a sorrir esta engenheira civil de formação.


Sofia Caldeira Martins, aos 8 meses de gravidez.


Sofia confessa que, para mulher, tem uma noção de segurança algo sui generis e que não tem qualquer receio de quedas. "Não tive qualquer problema durante a gravidez. A única adaptação que fiz na minha forma de pedalar durante esse período foi andar numa mudança mais leve, por causa das subidas que apanhava. É que com uma barriga gigante o esforço a subir é um pouco maior".


De parto natural, o Manuel nasceu em Junho passado com 3.3 Kg, saudável.

3 semanas depois, Sofia retomou as pedaladas em passeios perto de casa.

Já regressou ao trabalho. De bicicleta!


* Fotos cedidas por Sofia Caldeira Martins.


 

Dois investigadores norte-americanos realizaram um trabalho académico (clicar na hiperligação e descarregar o PDF) sobre as mudanças na geometria da anca e do tronco durante a gravidez e progressivas alterações na postura corporal durante as pedaladas.

 

Carin Pires tem 42 anos e 3 filhos. Foi mãe aos 34, 36 e 40 anos. Reside e trabalha desde 2009 na cidade de Brisbane, na Austrália.


Esta engenheira civil pelo ISEL, especializada em Hidráulica, trabalha em projectos marítimos. Usa a bicicleta como meio de deslocação nas suas idas para a city, como por lá lhe chamam. "Utilizei a bicicleta quase até ao fim das 3 gravidezes e muitas vezes com os mais novos atrás de mim no atrelado". E conta que só deixou de usar a bicicleta "quando pedalar de perna aberta começou a ser extremamente desconfortável"


"Os meses de Dezembro e Janeiro por aqui são os mais quentes e extremamente húmidos. O que torna as pedaladas insuportáveis"

Conta que as suas barrigas só "saltaram" já tarde durante a gestação pelo que logo na 1ª gravidez continuou a pedalar numa base diária e que no próprio dia em que pariu tinha andado um pouco de bicicleta lá no bairro.


"Os meses de Dezembro e Janeiro por aqui são os mais quentes e extremamente húmidos. O que torna as pedaladas insuportáveis. Por isso esse é o único período em que não de pedala" E acrescenta: "Se pedalares às 7 manhã, é bem provável que apanhes um escaldão".


Os 3 filhos de Carin Pires de 8, 6 e 2 anos.


Na terra dos Kangurus e dos koalas, os condutores são extremamente cautelosos e respeitadores dos outros utentes da via, nomeadamente os ciclistas. Nos arruamentos do centro das localidades deste enorme país, impera a velocidade máxima de 40 km/h.

Em Brisbane, onde vivem mais de 2 milhões de pessoas, existem imensas ciclovias e é comum verem-se as grávidas a pedalar, pelo que não sentiu pressão social para deixar de utilizar a bicicleta. Aliás, conta que o desporto é algo enraizado na cultura dos australianos: "Aqui respira-se desporto. Se não praticas pelo menos 3 actividades físicas diferentes acham estranho e perguntam-te se está tudo bem contigo".


Neste que é um dos 20 países mais ricos do mundo a generalidade dos edifícios de escritórios têm uma end of trip room, um espaço exclusivo para apoio a quem se desloca a pé ou em bicicleta para o trabalho, oferecendo duche, cacifos e estacionamento para guardar as bicicletas em segurança.


E medo das quedas? "Tenho dois pés e duas pernas para parar em segurança", diz-nos.


Os rapazes nasceram todos saudáveis, de parto natural, com mais de 4 quilos e no final do tempo.

* Fotos cedidas por Carin Pires.



Por fim, mas não por último, o testemunho de Elsa Gavinho, co-fundadora da Caminhos da Natureza, uma empresa que se dedica há 16 anos na organização de passeios guiados em bicicleta por Portugal, Espanha e Marrocos.


"A médica confirmou o pior: um problema de saúde antigo originava infecções dolorosas, pelo que a gravidez foi classificada imediatamente como sendo de risco. A receita: repouso absoluto."

Agora com 50 anos, Elsa pedala desde que tem memória sendo que a bicicleta é também parte integrante da sua vida profissional. Há 14 anos engravidava da sua filha, Joana. Por ironia do destino, a gravidez foi considerada de alto risco desde o primeiro momento. As orientações que teve não deixaram margem para dúvidas: PARAR IMEDIATAMENTE !


Elsa e a filha Joana, agora com 13 anos, na Albufeira da Barragem de Vilarinho das Furnas.


Elsa soube que estava grávida precisamente durante um tour (a designação técnica neste ramo para as viagens em bicicleta com guia). Dessa vez não estava na bicicleta, mas no carro de apoio. "Como uma mulher tem um 6º sentido para estas coisas, parei em Vieira do Minho numa farmácia e comprei o teste de gravidez. Deu positivo."


Foi logo no final dessa viagem, ao regressar a casa, que se sentiu mal. "Fui directamente ao hospital, cheia de dores. A médica confirmou o pior: um problema de saúde antigo originava infecções dolorosas, pelo que a gravidez foi classificada imediatamente como sendo de risco. A receita: repouso absoluto."


Forçada a parar as pedaladas por completo passou a fazer apenas trabalho de gabinete. Ainda assim tentou de tudo ao longo da gravidez, desde caminhadas ligeiras ao ioga para grávidas . Mas sem sucesso, pois as dores eram insuportáveis. Até as viagens longas de carro eram um martírio, Aos 3 meses de gravidez chegou mesmo a estar internada, devido a uma infecção grave no útero.

A família Gavinho. António, Elsa e Joana numa passagem pela Nazaré em bicicleta.


No final da gravidez, depois de 27 horas em trabalho de parto, veio a cesariana forçada à última hora. Felizmente a Joana nasceu saudável, sem qualquer problema. Tem hoje 13 anos e acompanha os pais nas viagens de bicicleta (e caminhadas) que fazem pelo país e pelo mundo.


Mas a história desta gravidez atribulada não terminada aqui. "O pós-parto foi extremamente doloroso, as tensões disparavam de repente e tinha baixas súbitas de temperatura". Isto fez com que Elsa só retomasse as pedaladas mais de um ano após o parto, já a Joana andava com pai na cadeirinha da bicicleta. "A minha condição", diz esta doutorada em Turismo, "acabou por estimular uma relação muito próxima do António (pai) com a Joana. Uma vez que eu tive de parar de pedalar, era ele quem andava com ela de bicicleta para todo o lado, até mesmo em viagens de trabalho para reconhecimento de percursos".


Por prazer e/ou por trabalho, agora viajam em família de bicicleta um pouco por todo o mundo, na procura de novas rotas em bicicleta para comercializarem.


*Fotos cedidas por António Gavinho.



Com todos estes exemplos, percebe-se que não há uma regra aplicável a todas as grávidas, pelo que é fundamental consultar o seu médico obstetra por forma a avaliar se a sua gravidez é considerada de risco para si e/ou para o bebé. Transmita-lhe os seus hábitos de actividade física e explique-lhe como a bicicleta é parte integrante das suas rotinas. Depois, caso não existam contra-indicações e se assim o desejar, continue a pedalar.


Em baixo um esquema simples que tenta contribuir para a decisão de continuar, ou não, a utilizar a bicicleta nos mais diferentes modos: passeio, mobilidade ou viagem.

Em baixo descrevem-se algumas dicas para que possa sentir-se confiante e continuar a utilizar a bicicleta, retirando todo o prazer nos passeios a pedal:


- Esteja atenta aos sinais do seu corpo. A cada mês que passa o seu peso, a postura corporal e o centro de gravidade sofrem mudanças. Ou seja, tanto a barriga como as mamas vão crescer, crescer, crescer.

- À medida que a barriga vai aumentado de peso e de volume, vá baixando o selim e levantando o guiador, O ideal é mesmo mudar para uma bicicleta de quadro aberto, de passeio. Em regra estas bicicletas permitem uma posição de condução de costas direitas, bem mais confortável, e que se adapta melhor às mudanças que o seu corpo vai sofrendo.

- Pedale sem fazer demasiado esforço físico por forma a controlar a batida cardíaca, a respiração e a transpiração. Mantenha o corpo fresco.

- Beba água. Muita água. Hidrate-se!

- Evite caminhos e ciclovias com demasiadas pessoas ou ciclistas, por forma a reduzir a probabilidade de colisão e evitar quedas.

- Escolhas percursos com pavimento regular e em bom estado, por forma a evitar quedas.

- Use um sutiã desportivo confortável, por forma a que as suas "meninas" não se sintam demasiado apertadas.

- Durante a gravidez é exercida uma maior pressão sobre a bexiga , pelo que deve escolher percursos e passeios onde encontre com facilidade um wc. Ou arbustos bem grandes.

- Depois do parto, dê tempo ao seu corpo antes de voltar a pedalar de forma intensa e não se admire se tiver de alterar os seus planos e adiar aquele passeio mais longo ou prova de competição que tanto deseja fazer.



Texto e fotos por Paulo Guerra dos Santos, excepto onde indicado.


 

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