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Alto Minho Litoral - Mar, serras e cavalos selvagens.

Foto do escritor: Paulo Guerra dos SantosPaulo Guerra dos Santos

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Um dos novos roteiros para e-Bikes, da Edição 2025 da Rede Nacional de Cicloturismo, leva os viajantes em bicicleta num passeio de 2 dias à descoberta das serras que ladeiam a Ecovia do Litoral Norte, entre Caminha e Viana do Castelo.


Da cota 0m à 550m são variadas as envolventes cénicas, os cheiros e as cores, a temperatura e os ventos, as construções humanas (algumas com quase 3000 anos e outras mais recentes, imponentes e majestosas) com uma inesperada cereja no topo do bolo: as diversas manadas de cavalos de raça Garrana que, vivendo em meio selvagem, povoam de novo o Planalto da Serra de Santa Luzia.


Texto e fotos: P. Guerra dos Santos

Cavalos Garranos, em meio selvagem, no Planalto da Serra de Santa Luzia.
Cavalos Garranos, em meio selvagem, no Planalto da Serra de Santa Luzia.

  

   Dia 1 - De Caminha a Vila Praia de Âncora


Chegámos à Estação de Comboios de Caminha pelas 10:45h. Viémos de sul, numa das novas composições da CP com carruagens ARCO, uma das quais tem um belíssimo espaço com capacidade para pendurar 8 bicicletas. Começámos de imediato as pedaladas e a apreciar a Foz do Rio Coura, juntamente com a belíssima ponte ferroviária que o atravessa. Seguimos por esta zona ribeirinha até avistar o Rio Minho. Ou Rio Miño, como lhe chamam os vizinhos galegos.


A Foz do Rio Minho tem uma das mais belas envolventes cénicas do norte litoral do país, oferecendo em simultâneo visões de mar, campo e serra, com a Galicia a poder ser observada na outra margem.


Caminha.
Caminha.

Paramos no centro histórico para degustar um bem doce "caminhense" e seguimos depois logo a subir para a Serra de Espiga, ora em asfalto ora em calçada grossa, parando aqui e ali nos diversos miradouros, todos eles dignos de paragem demorada. É já nos 375m de altitude que chegamos ao famoso miradouro da Capela de Santo Antão.


E que miradouro !!! As vistas são soberbas.


Serra de Espiga. Caminha.
Serra de Espiga. Caminha.

Aproveitamos a descida de volta a Caminha para sentir o vento na cara. Seguimos até à Foz do Rio Minho onde vislumbramos, agora com o pescoço torcido para cima, o Monte de Santa Trega. Avistamos também pequenas embarcações por aqui ancoradas, tanto de recreio como de pesca.


Viramos então agulhas a sul e seguimos pela Mata do Camarido. Há por aqui pinheiros com troncos tão grossos que certamente terão uns bons 200 anos. Belíssimos. E infelizmente algumas espécies invasoras também, mostrando algum desleixo na limpeza desta mata nacional. "Talvez seja para arder", comentamos de imediato com alguma tristeza.


Chegamos à Praia de Moledo já tarde para a hora do almoço, mas ainda assim conseguimos comer um belo hambúrguer na Boutique Moledo, mesmo junto à praia.


Ecovia do Litoral Norte, entre Caminha e Vila Praia de Âncora.
Ecovia do Litoral Norte, entre Caminha e Vila Praia de Âncora.

Seguimos agora mais reforçados energeticamente pela Ecovia do Litoral Norte que, por si só, é um passeio cheio de belos avistamentos, incluindo alguns Garranos, aqui presos a alimentarem-se da abundante erva.


Alguns quilómetros mais e estamos na entrada de Vila Praia de Âncora, pelo Porto de Pesca e pelo Forte da Lagarteira. E hoje ficamos por aqui, pois estamos no pico do Inverno e os dias são curtos e frios.



   Dia 2 - De Vila Praia de Âncora a Viana do Castelo

A manhã ainda tem alguma neblina, pouco densa, o que junto com a luz solar matinal cria ambientes visuais dignos de um postal, junto à Foz do Rio Âncora. E em fundo, por cima da névoa matinal e de algum fumo resultante de queimadas rurais, avista-se o grande objectivo de hoje: a Serra de Santa Luzia.


Foz do Rio Âncora e Serra de Santa Luzia.
Foz do Rio Âncora e Serra de Santa Luzia.

   Seguimos pelos passadiços que ladeiam este rio minhoto passando por uma ponte ciclo-pedonal, em "S", mesmo por baixo da ponte ferroviária onde passámos ontem de comboio. Pedalamos depois por caminhos rurais até à Praia do Forte do Cão. Segue-se um curto caminho de pé posto, com alguma areia, que nos leva até à Praia da Gelfa, uma espécie de museu geológico oceânico, carregadinha de calhaus rolados (isto é mesmo um termo técnico) de variadíssimos tamanhos, cores e padrões, onde se sugere fazer uma mariola. Não se preocupe, a maré alta e a nortada encarregar-se-ão de a deitar abaixo e por aqui não há espécies em vias de extinção. Há sim bastantes peregrinos a caminho de Santiago de Compostela. Cruzamo-nos com alguns, todos a pé, a quem desejamos bom camiño.

Foz do Rio Âncora e praias oceânicas.
Foz do Rio Âncora e praias oceânicas.

Continuamos pelas estradas de serventia a estas zonas agrícolas fazendo um pequeno desvio para visitar a bem arborizada Foz do Rio de Afife. Mais à frente, depois de passar pelos Moinhos de Montedor viramos definitivamente para o sopé da serra. Começa finalmente a subida para a Serra de Santa Luzia.


Até aos 400 metros de cota pouco há para ver a não ser eucaliptos. Aqui ou ali há uma clareira que permite ver o oceâno. É já depois de passar esta altitude que vem a zona planáltica, uma extensa área granítica com cerca de 12 km2 e vegetação típica de serra costeira. E então acontece a grande surpresa do dia: as diversas manadas de cavalos em meio selvagem da raça ibérica Garrana, que graças a um programa de repovoamento, de novo galopam por aqui livremente. Não tenha medo, são pacíficos e de pequeno porte. Pedale devagar, evite aproximar-se demasiado e não terá problemas. Desfrute dos diversos encontros que terá, já que o track deste passeio leva-o a diversos pontos altos, incluindo ao marco geodésico a cerca de 550m. Daqui avistam-se a Serra d'Árga, o Rio Minho e o Rio Lima. Assoberbante, esta vista !



Mas não pense que as surpresas acabaram. A uma cota já ligeiramente inferior e, apesar de pouco falada, existem vestígios com cerca de 3000 anos dos povos que por aqui habitavam aquando da chegada dos Romanos. Eram os Brácaros e um dos maiores povoados do país estava aqui, a Citânea de Santa Luzia. Ainda que parte dela tenha sido destruída para construir um hotel, sobreviveram 2/3 deste povoado habitado pelos nossos antepassados. É digno de visita.


E logo mais abaixo, uma das maravilhas modernas da arquitectura religiosa do país: o Santuário de Santa Luzia. Para além de uma vista soberba para a Foz do Rio Lima, tem um dos mais sui géneris zimbórios do país, cuja subida não é recomendável nem para claustrofóbicos nem para quem se canse muito a subir escadas. Imperdível !!!


Viana do Castelo, Citânea e Santuário de Santa Luzia.
Viana do Castelo, Citânea e Santuário de Santa Luzia.

Descemos então para Viana do Castelo e já na cidade, por forma a fugir ao caos de carros que por aqui há, usamos o elevador da estação de comboios, de onde seguimos praticamente a direito até à histórica Praça da República e daí à zona ribeirinha, onde damos por terminada esta aventura de descoberta do Alto Minho Litoral.

Este passeio está incluído nos novos roteiros da Edição 2025 da Rede Nacional de Cicloturismo (são 10 no total) e podem ser adquiridos aqui »

 Boas viagens em bicicleta.

   P. Guerra dos Santos


 

    A Edição 2025 da Rede Nacional de Cicloturismo, com os mapas, tracks GPS e os 10 Road Books em diferentes categorias estão disponíveis para aquisição aqui »


   * The 2025 Edition of the National Cycle Touring Network, with maps, GPS tracks and the 10 Road Books with different categories can be purchased here »

Roteiros turísticos para viagens em bicicleta.

 
 
 

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